Por Wesley Moreira
Com base na explicidade dos fatos e acontecimentos
atuais, eu estimaria que a apostasia da igreja hoje é provavelmente a maior
crise teológica da história da Igreja. Vivemos dias de uma apostasia universal
nunca antes testemunhada. “Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à
nossa reunião com Ele … Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não
sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado,
o filho da perdição” (2 Tess 2:1-3) Essa Crise teológica da Igreja é
consequência do progresso, durante séculos, da influência da teologia liberal e
seu uso da retórica grega na interpretação das escrituras. Os teólogos
liberais, diante dos mesmos paradoxos bíblicos que Paulo, o apostolo, se
referia como “mistérios de Deus”, preferiram criar respostas lógicas e
racionais que os satisfizessem intelectualmente se negando a aceitar as
escrituras pela certeza da fé. Um abismo chama a outro abismo. O resultado do
movimento liberalista nos seminários teológicos pode ser observado nas
denominações tradicionais americanas que promovem o feminismo e o aborto na
sociedade, atribuem autoridade espiritual ao alcorão islâmico, apoiam
casamentos gays e ordenam homossexuais ao pastorado, promovem o ecumenismo e
são favoráveis, em nome da paz no mundo, à criação de uma religião universal. A
evidência de que o foi a influência do liberalismo teológico a causa da
apostasia na igreja está nos dados dessas pesquisas abaixo: Levantamento feito
e concluído pelo sociólogo Jeffrey Hadden entre os pastores nos EUA. Nessa
pesquisa dez mil pastores protestantes foram questionados. A pesquisa foi feita
em Maio de 1982 (7.441 dos pastores participaram) Os resultados foram
publicados em 1998 (1). 1. A Bíblia é a Palavra inspirada e inerrante de Deus?
67% dos Batistas Americanos* disseram: Não 82% dos Presbiterianos disseram: Não
87% dos Metodistas disseram: Não 95% de Episcopais disseram: Não * Há duas
Convenções Batistas nos EUA. Os Batistas do Sul (conservadores) e os Batistas
Americanos (liberais) 2. Jesus nasceu de uma virgem? (3) Batistas Americanos
34% disseram: Não Episcopais 44% disseram: Não Presbiterianos 49% disseram: Não
Metodistas 60% disseram: Não Luteranos** 19% disseram: Não ** Há duas
convenções luteranas nos EUA. A Igreja Luterana (liberais) e a Igreja Luterana
do Missouri (conservadores) 3. Jesus era o filho de Deus? Diante do receio dos
pastores em responder a essa pergunta os pesquisadores concederam anônimato às
suas denominações. O resultado liberado foi que mais de 80% dos ministros da
Igreja Batista Americana, Episcopal, Presbiteriana, Metodista e Luterana
responderam que “Não acreditam que Jesus era o filho de Deus” sem no entanto
especificar percentagens. 4. Você acredita na ressurreição física de Jesus?
Luteranos: 13% disseram: Não Presbiterianos: 30% disseram: Não Batista
Americana: 33% disseram: Não Episcopais: 35% disseram: Não Metodistas: 51%
disseram: Não Em 2002 outra sondagem (2) feita entre os clérigos da Igreja
Anglicana descobriu que 27% não acreditavam no nascimento virginal de Jesus. Os
pesquisadores relataram: “… um desses pastores anglicanos em Hampshire foi
típico ao afirmar:” Não há nada de especial no nascimento de Jesus ou na sua
infância, mas sua vida adulta foi extraordinária… John Roberts, porta-voz da
Lord’s Day Observance Society, disse: “Se você retirar o nascimento virginal de
Jesus, melhor então retirar toda a mensagem cristã. O milagre da fé cristã é
que Deus se encarnou e habitou entre nós. Se você perde esse milagre, você
perder a ressurreição e tudo mais”. Em uma pesquisa feita pela Harris Polls em
1998 com alunos das 16 principais faculdades e seminários evangélicos nos EUA,
mais de 50% dos seminaristas entrevistados, disseram que a Bíblia não deve ser
tomada literalmente em matéria de ciência e história. Mais de 30% dos
estudantes de teologia disseram que há salvação fora de Jesus Cristo. (6) Em
1999 uma pesquisa feita com padres católicos, sacerdotes anglicanos,
protestantes e pastores no Reino Unido revelou que 25% não acreditam no nascimento
virginal de Jesus. No entanto 97% do mesmo grupo não acreditam que o mundo foi
criado em seis dias, e 80% não acreditam na existência literal de Adão e Eva. A
posição do povo é diferente dos teólogos liberais e as denominações dirigidas
por eles: (5) Segundo Princeton Survey Research Associates em pesquisas
realizadas em 2004, cerca de 79% dos americanos adultos acreditam no nascimento
virginal 67% acreditam que a história bíblica do nascimento de Jesus, que
envolve o nascimento de uma virgem, anjos, pastores, a estrela, magos, é
historicamente precisa. Apenas 24% disseram que a história bíblica “é uma
invenção teológica escrita para afirmar a fé em Jesus Cristo.” Em 2007 o Grupo
Barna em pesquisa apontou que 75% dos americanos acreditam que Jesus nasceu de
uma virgem. 53% de pessoas sem igreja e 15% de e agnósticos também acreditam no
nascimento virginal de Jesus. Mesmo entre aqueles que se descrevem como a
liberais em questões políticas e sociais, 60% acreditam no nascimento virginal.
A corrupção vem do Norte e também de cima. O movimento teológico liberal no
Brasil é perpetuado no discurso de teólogos, professores de seminários,
escritores e líderes de influência que estão saindo do armário encorajados
tanto pelo liberalismo americano quanto pela onda da engenharia social no
mundo. Estes líderes tem como público alvo gente cansada da igreja evangélica
atual e sutilmente apresentam o liberalismo teológico como solução para o
extremos do neopentecostalismo e a teologia da prosperidade. Ninguém se deixe
enganar, pois nesse caso o antídoto é mais letal que o veneno. *** Wesley
Moreira é teólogo, pastor e colunista do Púlpito Cristão.
Fonte: Púlpito Cristão
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